“Das 265 obras constatadas como necessárias, apenas 51 estão previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Isso não representa sequer um quarto do valor necessário para atender às demandas”, explica o coordenador de Desenvolvimento Urbano do Ipea, Bolívar Pêgo. “E se excluirmos os acessos terrestres considerados pelo programa, o PAC cobre apenas 12% das deficiências identificadas”, acrescenta.
De acordo com o estudo, o valor estimado para dar conta das 265 obras consideradas necessárias pelo Ipea é de R$ 42,879 bilhões. Para as 51 obras previstas pelo PAC são previstos investimentos da ordem de R$ 9,855 bilhões.
“A gente considera que se a economia vier a crescer em taxa de 5% nos próximos anos, teremos problemas nas áreas não só de portos, mas de infraestrutura em geral. Todos queremos que o Brasil cresça, mas isso tem de ser casado com os investimentos compatíveis aos portos. Infelizmente, neste momento, esses investimentos são insuficientes”, avalia Bolívar.
Ele aponta, como principais gargalos, os ligados a obras de dragagem e de acesso por rodovias e ferrovias aos portos. “Identificamos que os portos carecem de obras na área de drenagem e de facilidades de acesso. Estes podem ser considerados como os principais problemas dos portos brasileiros”, avalia o coordenador de Infraestrutura Econômica, Carlos Campos.
“Mas a questão da gestão é também bastante relevante, porque se a carga chega ao cais e encontra serviços morosos e funcionamento limitado a apenas dez horas por dia, cria estrangulamento e atrasa o embarque e o desembarque da mercadoria”, complementa Bolívar.
Ainda segundo ele, todos os portos brasileiros apresentaram problemas sérios de drenagem. “Muito disso se deve à falta de um sistema regulatório”.
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