Crianças descobrem malefícios do cigarro

Maria Rocha

O VIII Simpósio Antitabagismo realizado ontem pelo Hospital Aristides Maltez (AM) contou com a participação de um público muito especial. Um grupo de crianças da Escola Estadual Góes Calmon, o objetivo da participação de estudantes entre 11 e 14 anos de idade foi conscientizá-los da importância de combater o uso do cigarro, já que o foco da propaganda da indústria do tabagismo é sempre o jovem. O evento foi mais uma atividade para comemorar o Dia Mundial sem Tabaco.

A ideia de levar crianças para assistir ao simpósio motivou a professora Maria do Socorro que acompanhava os estudantes a solicitar a visita da equipe médica à escola onde um grupo bem maior poderia assistir. Uma coisa é certa, os meninos e meninas assistiram atentamente à palestra e saíram de lá com uma certeza: “Não pode fumar porque é prejudicial à saúde. Fumar causa câncer de pulmão, boca e mais uma série de doenças cardíacas”, disse o pequeno Israel de apenas 11 anos.   

 

Com o mesmo objetivo dos fabricantes, o AM realizou um simpósio onde o foco principal também são os jovens. Durante toda a manhã de ontem, profissionais da saúde da unidade hospitalar palestraram e debateram com os meninos e meninas da Escola com a intenção de realizar a prevenção de câncer, infarto, enfisema, dentre outras doenças que poderão surgir nos próximos 30 anos. 

  

Para o chefe do serviço de oncologia do Hospital Aristides Maltez, Alberto Nogueira, um dos palestrantes do simpósio, nas campanhas publicitárias o jovem bonito, elegante e que pratica esporte é um fumante. “São artifícios utilizados para esconder os males que o tabaco traz à saúde. Fazendo com que os jovens uma vez tendo o primeiro contato com o tabaco, 90% deles se tornarão viciados e fumarão por toda uma vida”, relatou o médico.

 

Segundo o também oncologista do AM Cleber Gomes, se pegarmos todos os tipos de câncer, 30% deles tem relação com o uso do cigarro. “Se fizermos um recorte, e pegar o câncer de pulmão, 95% tem relação também com o cigarro”, explicou o especialista. 

 

Além dos já citados, o médico disse ainda que 25% dos infartos tem relação com o fumo; 25% com o Acidente Vascular Cerebral (AVC), 40% tem relação com a dieta e 98% com enfisema pulmonar. Segundo Gomes, de todos os fatores relacionados com a doença, o fumo é a maneira mais fácil de combater, basta a pessoa querer.