terça-feira, 1 de junho de 2010

Moema desagrada PSDB, DEM e PMDB



Rafael Rodrigues



prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho (PT), pôs ainda mais dificuldades para a existência de um trabalho coordenado entre o PT e o PMDB na organização da campanha da pré-candidata à Presidência pelo PT, a ex-ministra Dilma Rousseff, na Bahia.
Ela é coordenadora de Dilma entre os prefeitos da base governista no Nordeste, e tem nas mãos a responsabilidade de intermediar a articulação entre o PT e o PMDB baianos, num estado em que os partidos, aliados em plano nacional, serão adversários na disputa pelo governo. Em entrevista exclusiva à Tribuna da Bahia, publicada ontem, Moema teceu duras críticas ao pré-candidato do PMDB, deputado Geddel Vieira Lima. Entre outras coisas, chamou o ex-aliado de “deselegante”, “deseducado” e “oportunista”.
Em entrevista, Geddel não quis polemizar com a petista e demonstrou desconhecer o papel de Moema na coordenação regional da campanha. Mas, diante das críticas, dispensou os serviços da prefeita do PT. “Os prefeitos saberão como fazer para apoiar Dilma sem precisar tomar a orientação de nenhum prefeito do PT”, comunicou.
Na entrevista, Moema disse ainda não ter entrado em contato com o PMDB, mas que o faria assim que fosse confirmada a aliança, nas convenções partidárias, para dar início às articulações, como a montagem da agenda de visitas, e a análise das pesquisas regionais.
RECLAMAÇÃO - O prefeito Alceu Barros (PMDB), do município de Pedrão, no centro-norte baiano, reiterou a análise de Geddel, ao afirmar que as declarações de Moema a “descredenciam” para assumir a coordenação da campanha de Dilma Rousseff entre os prefeitos da base aliada na Bahia.
“As críticas contra o pré-candidato do PMDB, Geddel Vieira Lima, não são apenas descabidas como prejudicam Dilma aqui no Estado e a força que a pré-candidata de Lula terá com dois palanques de sustentação, o do PT e o do PMDB”, disse o prefeito.
Alceu Barros utilizou os mesmos adjetivos para devolver as críticas da petista a Geddel. “Deselegante, deseducado e oportunista foi o que os petistas fizeram com o prefeito João Henrique, que foi abandonado às vésperas do início da campanha eleitoral passada e depois de lhe terem cobrado mais secretarias e cargos. Nós do PMDB, ao contrário, saímos muito antes do período eleitoral e depois de várias tentativas de melhorar a gestão”, anotou.

Souto minimiza

O governador Paulo Souto (DEM) não quis comentar a entrevista de Moema, mas, de maneira genérica, retrucou as críticas oriundas de petistas ao carlismo. “É totalmente irracional e ilógica a maneira como o PT e governo do estado falam do carlismo. Primeiro, dizem que não existe mais, mas mesmo assim continuam com declarações e posturas ditas ‘anti-carlistas’, e ainda continuam trabalhando para atrair ex-carlistas.
Seja do interior ou que ocuparam altos cargos na administração pública, como Otto Alencar (PP) e José Carlos Araújo (PDT)”, revidou. Na entrevista, Moema disse que “o carlismo só tem acumulado derrotas”, e que “o povo não quer mais aquele modelo”.
O deputado federal João Leão (PP) também preferiu não entrar em confronto direto com a petista e ressaltou que, no período em que esteve à frente da Secretaria de Infraestrutura, ajudou “Lauro de Freitas com a restauração da Estrada do Coco, que eu construí vinte anos antes”. O deputado destaca que, apesar de ser aliado do governador Jaques Wagner (PT), não tem “nenhuma relação” com o PT no município, “às vezes, até por culpa dela (Moema)”.
“Quando precisou de ajuda, antes mesmo de sua reeleição, me procurou com Marcos Lima, que era assessor do Governo Federal, e eu liberei uma emenda de R$ 5 milhões para Lauro de Freitas”, relatou. Na entrevista, Moema disse que Leão e Roberto Muniz (PP) “desmentiram tudo o que disseram durante a campanha a nosso respeito” ao aderir ao governo.

Petista estava num “dia infeliz”

O deputado federal Jutahy Jr. (PSDB), coordenador da campanha de José Serra (PSDB) ao Palácio do Planalto, minimizou as ironias da prefeita à sua condução do partido. Segundo ela, Serra está em “maus lençóis” porque Jutahy “não conseguiu nem segurar o partido dele no estado. Debandou um bocado de gente do PSDB”. Para o parlamentar, Moema estava em um “dia infeliz” em que acabou por “agredir os próprios aliados”.
 “Contra mim não tem problema, porque não passa de uma grosseria sem maiores consequências (...), mas ela agride o ex-ministro (Geddel) do governo Lula, que é aliado de sua candidata (Dilma), e diz que o governador Jaques Wagner aceita imposições para a escolha de seus secretários”, alfinetou.

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