Por Marnisio Silveira
Ela tinha 13 anos e ele 16.
Se conheceram na internet e passaram a teclar todos os dias. Conversavam sobre tudo: música, amigos, sexo e curiosidades. Nunca se viram pessoalmente, mas diziam namorar a distância.
Um dia, contudo, o relacionamento termina com um recado estranho: “Você é uma vadia, não vale nada, merece morrer. O mundo seria bem melhor sem você”.A garota entra em desespero, tenta falar com ele, procura saber o que aconteceu. Estava realmente apaixonada. Mas o rapaz apenas retribui com insultos e ameaças. Ela se sente perdida e comete suicídio.Os pais descobrem a situação com ajuda da polícia, que rastreia e-mails e concluem que ele nunca existiu no mundo real.
A situação é baseada na história de Megan Meier, morta em outubro de 2006 por causa de uma “brincadeira” feita pelas norte-americanas Lori Drew, 49, e Ashley Grills, 18, que se passaram por um garoto chamado Josh Evans.
Olhando a figura acima, é até engraçado, mas na vida real, por traz do anonimato nos sites de relacionamento, a coisa é bem diferente. Mesmo nas aparentes brincadeiras, muitas vezes estão escondidas intenções, que se expostas, não terão graça alguma. Desde sua criação, a internet tem sido alvo de criticas, não apenas por sua impessoalidade, mas pela facilidade de acesso por parte de pedófilos e hackeres, esperando apenas uma brecha para atuarem. Esta preocupação aumentou depois que inumeros casos foram confirmados, de adultos se fazendo passar por crianças e adolescentes para depois abusarem sexualmente ou publicamente ( abuso com exposição de fotos). Mesmo depois da criação no Brasil da CPI da Pedofilia, os pedofilos atuam livremente, acreditando na impunidade e no sigilo de informações. Recentemente a CPI da Pedofilia assinou um Termo de Ajustamento de Conduta com a GOOGLE, onde "as informações até então sigilosas, seriam entregues mediante pedido acompanhado de Ordem Judicial. A partir dai o GOOGLE Brasil informa os dado de acordo com o que foi solicitado", informa o diretor de Comunicações, Félix Ximenes.
Já e um grande passo, pois esta transparência permitirá ao Ministério Público e à Policia Federal investigar e prender estes indivíduos que se aproveitam da grande massificação da internet para agirem "tranquilamente".
De qualquer forma, vale mesmo é o bom conselho da prudência, com os pais sempre alertas, pois embora dentro de casa possam ser colocados filtros para impedir o acesso a sites de procedência duvidosa, os nossos filhos ainda poderiam acessar de outro local, como escolas, lan house ou casa de amigos. O melhor mesmo é o aconselhamento, com um acompanhamento comportamental cuidadoso, não pressionado, mas consciente, levando os filhos ao amadurecimento natural, tranquilo, tendo nos pais não ditadores, mas parceiros para toda a vida.
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