quarta-feira, 28 de abril de 2010

Brasil e EUA pedem compromisso internacional na luta contra o narcotráfico


Rio de Janeiro, 27 abr (EFE).- Agências antidrogas e autoridades de Brasil e Estados Unidos defenderam nesta terça-feira a cooperação internacional e a atuação conjunta na luta contra o narcotráfico, na Conferência Internacional para o Controle de Drogas (IDEC, na sigla em inglês), que começou hoje no Rio de Janeiro.
A titular da Agência Antidrogas dos Estados Unidos (DEA, na sigla em inglês), Michelle Leonhart, ressaltou a importância de reforçar o controle do narcotráfico no âmbito internacional, em seu discurso na conferência de abertura da IDEC, que este ano conta com a participação de 91 países e que terminará na próxima quinta.
"O aspecto mais importante da luta contra as drogas é a cooperação, o trabalho conjunto e o compartilhamento dos serviços de inteligência", assegurou Michelle.
Segundo ela, o objetivo da IDEC é "renovar as alianças e estratégias" já existentes entre alguns países e estendê-las a outros.
Nos EUA, "há mais gente que morre por causa das drogas que por culpa das armas", afirmou a diretora da DEA, que acrescentou que a agência americana faz operações contra o narcotráfico em colaboração com 56 países do mundo.
Por sua parte, o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Luiz Fernando Correa, reiterou a necessidade de combater o narcotráfico "de forma compartilhada" entre todos os países.
"O desafio é mundial", assegurou Correa, que destacou o valor deste tipo de conferências para atualizar estratégias e buscar soluções em comum, sobretudo através das novas tecnologias.
"Com as tecnologias atuais, as distâncias diminuem e a troca de informação é mais rápida, algo que é vital em nossa luta", afirmou o diretor-geral da PF.
Além disso, disse que a responsabilidade de cada país é proporcional à presença deste na cadeia de produção, transporte e consumo de drogas e, nesse sentido, destacou que a "extensa" fronteira do Brasil o torna um protagonista-chave nessa luta.
"A fronteira entre dois países não deve ser uma barreira, mas um ponto de encontro e cooperação", afirmou Correa, que destacou os acordos com o Paraguai contra o tráfico de maconha e com o Governo boliviano contra o de cocaína.
O funcionário também defendeu a atuação "por blocos (no âmbito regional)" porque "se o mundo está globalizado, qualquer ação em um bloco acabará repercutindo nos outros".
O governador do estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, disse que a segurança é "um assunto relacionado com um Estado de direito democrático" e lembrou que o combate contra as drogas "inclui a colaboração dos países desenvolvidos e dos países em vias de desenvolvimento".
Tanto Correa quanto Michelle destacaram a estreita colaboração da Polícia Federal brasileira com a DEA, já que a agência americana formou vários agentes do corpo policial, que a titular da DEA descreveu como "um dos mais profissionais do mundo".
"Além das relações bilaterais, temos um compromisso com a população mundial, e nossas estratégias vão se planificando em função desses compromissos", afirmou Correa.
Por sua parte, Michelle declarou que o Governo do presidente Barack Obama não influenciou na forma de atuar do organismo, porque o problema do narcotráfico nos EUA é "apolítico".
A funcionária americana anunciou que seu país pretende intensificar a cooperação com o Brasil por meio da implantação de novos escritórios da DEA no país, além de realizar investigações conjuntas e estender os serviços de inteligência compartilhados.

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