sábado, 20 de março de 2010

Julgamento do casal Nardoni começa na segunda-feira


Brasil está prestes a conhecer o desfecho de um caso que comoveu o país: a morte da menina Isabella Nardoni.



Quase dois anos, uma guerra de versões, e inúmeras reconstituições depois, o Brasil está prestes a conhecer o desfecho de um caso que comoveu o país: a morte da menina Isabella Nardoni.

No banco dos réus: Alexandre Nardoni, pai de Isabella, e Anna Carolina Jatobá, a madrasta, acusados de terem jogado a menina da janela do sexto andar do prédio onde moravam. O casal nega.

Quem vai dar um ponto final nessa história é o tribunal do júri O julgamento começa na segunda-feira (22), às 13h. Está sendo considerado um dos mais importantes da história jurídica do país.

A promotoria se baseia em laudos detalhados e na reconstituição feita pela perícia para pedir a condenação. O advogado de defesa diz que os laudos foram dirigidos e que não são conclusivos.

Quarenta pessoas foram convocadas para decidir essa questão. Mas apenas sete vão definir o futuro do casal Nardoni.

É um julgamento para entrar para a história.

“Esse caso está no rol dos casos mais emblemáticos do país”, comenta o advogado criminalista Sergei Cobra Arbex.

A partir de segunda-feira (22), promotoria e defesa começam a apresentar provas contra e a favor do casal. Vinte e três testemunhas serão ouvidas: 17 da defesa, três da promotoria e outras três de comum acordo.

A mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, faz parte desse grupo e deve depor na frente do casal. A previsão é que o julgamento do caso Nardoni dure três dias.

Logo na abertura, um momento importante para o julgamento: a escolha dos jurados. Quarenta pessoas foram convocadas, mas apenas sete vão decidir o futuro do casal. Os jurados participarão de um sorteio. Defesa e acusação poderão descartar aqueles que não consideram interessantes.

“Os advogados e os membros do Ministério Público fazem a escolha, e três recusas podem ser imotivadas, ou seja, sem explicar porque você está rejeitando aquele jurado”, explica o advogado criminalista Sergei Cobra Arbex.

Em uma sala de 300 metros quadrados, os jurados vão conhecer as provas, ouvir testemunhas e os argumentos da acusação e da defesa. No centro da sala, ficará o juiz. Ao lado dele, o promotor. Réus e a defesa ficarão perto da janela. Os jurados, no lado oposto.

Dos 77 lugares da plateia, 20 foram reservados para jornalistas. O restante será ocupado por convidados, parentes dos réus e da vítima.

O mistério em torno da queda da pequena Isabella Nardoni, de apenas 5 anos, do sexto andar do prédio onde o pai dela morava, pode ser desvendado nos próximos dias.

Fatalidade ou crime?

“A perícia não pode trabalhar para montar uma história que a polícia não conseguiu montar. Neste caso eu não tenho dúvida que isso foi feito, a perícia trabalhou em função da polícia. Eu tenho uma das vizinhas que ouve uma porta dos fundos, a porta de emergência do prédio batendo com força. Eu não posso confirmar, não posso afirmar que tem uma terceira pessoa, mas há elementos ali que podem me levar a essa possibilidade”, diz o advogado de defesa Roberto Podval.

“Temos um laudo microscópico feito de maneira eficiente pelo Instituto Médico Legal e temos perícias já coordenadas pelo Instituto de Criminalística que nos permitiram essa visualização panorâmica dos episódios.Acredito que eles serão condenados porque a prova do processo os compromete, os incriminam”, explica o promotor Francisco Cembranelli.

O casal Nardoni está em presídios no interior de São Paulo. O julgamento, na segunda-feira, começa às 13h e a previsão é que dure quatro dias. Durante este tempo os jurados escolhidos dormirão no próprio fórum.

A montagem do júri e a escolha das testemunhas é uma engenharia para defesa e acusação. A regra determina que sejam escolhidas até mesmo testemunhas de comum acordo, ou seja, a escolha deve ser conjunta entre defesa e acusação. O depoimento dessa testemunha, pelo menos na teoria, não pesaria para nenhum dos dois lados.

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