sábado, 20 de março de 2010

Serra diz que crescimento de Dilma não assusta



AE - Agencia Estado
O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), falou ontem abertamente, pela primeira vez, sobre sua candidatura à Presidência da República e disse que o crescimento da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT ao Planalto, nas pesquisas de intenção de voto "não assusta".
"São cinco pontos de diferença. Mas não me assusta não, até porque eu estava prevendo", afirmou o tucano em entrevista ao jornalista José Luiz Datena, do programa SP Acontece, um dos mais populares da TV Bandeirantes. Pesquisa CNI-Ibope divulgada na quarta-feira mostrou Serra com 35% e Dilma com 30%. Em fevereiro, a vantagem do tucano era de 11 pontos porcentuais, segundo o mesmo instituto.
Depois de um silêncio absoluto sobre eleição nos últimos dias, Serra admitiu, no dia em que comemorou 68 anos, que será candidato quando confirmou a data de sua saída do governo estadual. "Faltam poucos dias. No começo de abril", afirmou o governador.
Diante da declaração do apresentador de que o tucano estava ali anunciando sua postulação, ele minimizou - a oficialização será em evento em Brasília no dia 10 -, mas falou como se fosse candidato no restante da entrevista. "Não estou negando. Apenas dizendo que neste momento, enquanto eu estiver no governo, não vou fazer campanha." 
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A admissão do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), de que será adversário da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), nas eleições de outubro é a garantia de que os tucanos já não poderão acusar o governo de promover sua candidata ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É essa a avaliação de petistas nesta sexta-feira (19).

Nesta sexta-feira (19), Serra admitiu em entrevista à TV Bandeirantes que deve deixar o cargo no início de abril com vistas às eleições de outubro. Ele lidera as pesquisas de intenção de voto para o Palácio do Planalto, mas Dilma tem reduzido a desvantagem nas últimas sondagens. O instituto Ibope divulgou nesta semana que no 1º turno o tucano teria 35%, enquanto a petista teria 30%.

“É melhor assim, jogar aberto com o povo todo sabendo quem está de um lado e quem está do outro. Já estava cansando”, disse o líder do PT na Câmara, deputado Fernando Ferro (PT). “Agora, o Serra não pode dizer que estava indo ao Nordeste por turismo. Agora ele está sem meias conversas, assumindo sua condição. A partir de agora ele vai estar exposto, sem faz de conta, e ninguém mais vai ficar nos acusando de ficar campanha antecipada.”

O PSDB e seus partidos aliados, Democratas e PPS, entraram com diversas representações na Justiça Eleitoral para acusar Lula e Dilma de promoverem campanha antecipada. Nesta semana, um ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) multou o presidente em R$ 5 mil por conta de declarações durante a inauguração de um complexo poliesportivo em Manguinhos.

Ferro afirmou que o PT nunca trabalhou com outro cenário que não fosse o da candidatura de Serra desde que o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, abriu mão de disputar a Presidência da República no fim do ano passado.

“Não fazia sentido o governador continuar se escondendo. Talvez tenha demorado porque não conseguiu o Aécio como vice em sua chapa. Mas agora ele já está livre para inaugurar suas maquetes onde quiser”, disse ele.

A referência é à recente visita de Serra a Santos, onde mostrou a maquete de um projeto de ponte entre a cidade e o Guarujá. Se iniciada, a obra estará pronta apenas depois de ele deixar o governo de São Paulo. O Palácio dos Bandeirantes estima que gastará cerca de R$ 700 milhões para erguer a ponte estaiada ligando os dois municípios.

Quadro paulista
Para o presidente do PT de São Paulo, Edinho Silva, a sinalização de Serra serve para intensificar as movimentações em torno das alianças. “Agora isso vai se acelerar, os programas de governo nacional e estadual vão se formatar e o quadro vai ficar mais claro”, disse. “Para o governo paulista, já começa a definição do candidato dos tucanos. Sabemos que será o secretário Geraldo Alckmin, mas o anúncio do Serra vai exigir que o PSDB apresente o nome do candidato deles nos próximos dias. Eles vão ter uma disputa dura conosco”, afirmou.

De acordo com as mais recentes pesquisas de intenção de voto, o ex-governador Alckmin é favorito para se reeleger já no primeiro turno. A oposição segue sem candidato: o deputado Ciro Gomes (PSB-CE), preferido de Lula para a disputa, recusou por querer postular a Presidência da República.

Paulo Skaf, presidente da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e recém filado ao PSB, busca unir partidos da base do governo federal em torno de si. Mas nos últimos dias o favorito é o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), derrotado por Serra em 2006.

O presidente do PT paulista avalia que a esperada definição de Serra inicia a batalha no maior colégio eleitoral do país. “Em São Paulo, você ganha ou perde uma eleição. A disputa nacional deve ter uma parte considerável na nossa esfera e o debate vai se acirrar", disse.

"Em 2006, Alckmin e Serra não andaram juntos. Agora eles sabem que se o candidato deles não defender o governo, Serra se fragiliza na disputa nacional. Nós vamos fazer a nossa campanha, limpa, mas sem deixar de debater com o governo Serra”, completou.

Fonte: UOL Notícias


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